Um relato real sobre traição, maternidade, sobrecarga emocional e decepções familiares
Gente, hoje eu preciso falar de algo que me marcou profundamente. Um episódio que envolve traição, confiança quebrada e o tipo de falsidade que vem de onde a gente menos espera: da própria família.
Durante muito tempo, minha cunhada ficou com meus filhos enquanto eu trabalhava — não por solidariedade, mas como parte de um esquema para meu então marido me trair. Sim, é exatamente isso.
Na época, eu trabalhava em uma escala 12×36, das 8h às 20h, em outra cidade. Saía de casa bem cedo, e como meu esposo era autônomo, ele levava nossos filhos para a escola e para a creche. À noite, ele os buscava, levava para casa e “cuidava”.
“Cuidava”, entre aspas mesmo, porque eu tinha que deixar tudo pronto: a janta, as roupas… Ele só colocava o piloto automático e seguia com o dia. Quando eu chegava em casa, por volta das 21h50, encontrava o bebê já dormindo, a casa bagunçada e a pia lotada de louça. Ele? Sentado no sofá, celular na mão, imerso nas redes sociais.
Como no dia seguinte eu estaria de folga, ele achava que podia deixar tudo pra mim. E eu, esgotada, só queria dormir. Mas a sobrecarga estava ali, me esmagando em silêncio.
A traição escancarada
Nos fins de semana, quando eu também trabalhava, ele levava as crianças para a casa da irmã — minha cunhada — sob o pretexto de “atender clientes”. Às vezes ela mesma pedia para ficar com as crianças, outras vezes ele simplesmente largava elas lá. Enquanto isso, ele curtia a vida… com outras mulheres.
A traição veio à tona de forma trágica e traumática. Em um domingo, combinamos que ele me buscaria no trabalho. Mas ele esqueceu. Liguei por uma hora até que ele atendeu. Quando chegou, estava completamente bêbado, transtornado, e começou a quebrar o carro na minha frente. Gritava, dizia que queria morrer.
A irmã dele, minha cunhada, vendo aquela cena absurda, não tentou impedir. Apenas me entregou meu filho pequeno nos braços e pediu para eu me acalmar. Eu, que já estava apavorada, fiquei confusa com aquela atitude. Ela parecia mais preocupada em proteger ele do que em me apoiar.
Naquela noite, vi ele escondendo o celular. E foi ali que tive a certeza. Ele estava me traindo.
No dia seguinte, tentei conversar com calma. Não fiz perguntas — afirmei o que sabia. Disse que iria embora. Veio o choro, os pedidos de perdão, as promessas vazias. Eu, com um bebê de 4 meses e sem apoio familiar, fiquei. Por medo, por necessidade, por falta de opção.
O afastamento inevitável
Depois disso, comecei a me afastar da minha cunhada. A confiança se quebrou. Eu não conseguia mais cumprimentá-la com naturalidade. E claro, ela percebeu. Disse que eu estava “desfazendo” dela.
Hoje, ela me odeia. Nunca sentamos para conversar sobre isso. Nunca contei o quanto me senti traída por ela também. Mas, no fundo, não achei que valia a pena. Ela sempre deixou claro que o irmão vem em primeiro lugar, não importa o que ele faça. E se é assim, que lado ela tomaria?
Quem bate esquece, quem apanha não.
🌱 O que eu aprendi com tudo isso
Aprendi que falsidade não vem só de quem fala mal pelas costas. Às vezes, ela está em quem finge ajudar, mas compactua com o erro. Aprendi que, por mais que a gente se esforce, para a família dele, eu sempre serei a errada — e ele, o coitado a ser protegido.
Mas também aprendi outra coisa:
Eu sou mais forte do que imaginava.
Mesmo ferida, mesmo sobrecarregada, mesmo sem apoio, eu continuo. Por mim. Pelos meus filhos. Porque ser mãe solo, mulher traída e dona de casa exausta não me define. O que me define é a coragem de levantar todos os dias e seguir, mesmo com o coração partido.
E se tem algo que a vida me ensinou, é que confiar é escolha, mas se preservar é necessidade.
Se você já viveu algo parecido, saiba: você não está sozinha. E mesmo nos dias mais difíceis, ainda dá pra recomeçar — com mais verdade, mais força e mais amor-próprio.
Beijos Pri
0 comentário